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A PESCA ESPORTIVA

A pesca amadora é uma das atividades de lazer mais praticada em todo o mundo, e que hoje envolve além do mercado de equipamentos, uma série de serviços relacionados ao setor do turismo, deixando de ser somente uma mera diversão de final de semana para se tornar um segmento lucrativo, tanto para os fabricantes e revendedores de equipamentos de pesca e náutico como para o turismo receptivo e de eventos.
A modalidade de pesca esportiva, aquela em que o objetivo maior é capturar e não matar o peixe é oriuno dos EUA, e se deve à quase extinção dos peixes esportivos daquele País. Os americanos criaram leis limitando a captura destes peixes e aumentando a fiscalização em seus rios e parques em conjunto com um intenso trabalho de conscientização junto à população para a necessidade da preservação. Tal movimento veio assegurar a sobrevivência e desenvolvimento das espécies em risco de extinção e também de várias outras espécies, e difundiu a pesca amadora como esporte ecológico e preservasionista.
Os EUA dão uma demonstração das possibilidades da pesca esportiva como fonte geradora de renda e de empregos com números que impressionam:
I - segundo o National Survey of Fishing, Hunting and Wildlife, são gastos anualmente US$ 60 bilhões em atividades diretamente ligadas à pesca esportiva, com cerca de 37,5 milhões de pescadores esportivos licenciados.
II - o impacto anual na economia chega a 125 bilhões de dólares - considerando aqui a venda de equipamentos, barcos, além do turismo de pesca - e gera mais de 1,2 milhões de empregos, além de uma receita de cerca de 15% - 16 bilhões de dólares - em taxas e impostos todos os anos.
III - para se ter uma idéia da importância da pesca esportiva nos EUA, um simples torneio de pesca chamado "BASS MASTERS CLASSIC TOURNAMENT" gerou no ano de 2.007 uma receita de 8,3 milhões de dólares, tendo seu vencedor ganho uma bolsa de 1,1 .milhões de dólares. O torneio é realizado como um “grand-slam” com cinco etapas. A importância deste torneio também pode ser medida pelo número dos representantes dos meios de comunicações hospedados no hotel promotor do evento mais de 100 jornalistas de todo o mundo.
Aqui no Brasil, apesar do crescente interesse no mercado e do aumento expressivo a cada ano do número de pescadores esportivos, estamos bastante longe desses números.
Temos uma capacidade e uma diversidade de espécies de peixes muito maior do que os norte americanos, porém o poder aquisitivo menor e a ainda incipiente infra-estrutura turística existente dificultam bastante o atendimento da demanda, principalmente a internacional. Algumas exceções com relação à rede hoteleira e barcos-hotel são o Pantanal Mato-grossense e o Amazonas.
O Estado do Amazonas, com a instalação de diversos pontos pesqueiros e de barcos-hotel, estão atendendo quase que exclusivamente os pescadores oriundos do Estados Unidos. Em alguns desses locais de pesca, não são fornecidos pacotes para brasileiros pois no início de cada ano as reservas para o ano seguinte estão todas feitas pelos americanos, que vêm ao Brasil com o intuito de pescar o “tucunaré açu” que chega a pesar até mais de 10 ks. Para se ter uma noção, um dos peixes de água doce mais esportivos nos Estados Unidos e no Canadá é o “black bass” que excepcionalmente chega a pesar 4 quilos.
Estima-se que no Brasil exista hoje cerca de 5 milhões de pescadores amadores ativos, com um gasto médio anual percapita de 1.000 dólares. É um mercado que movimenta atualmente aproximadamente 5 bilhões de dólares por ano, filão este que somente há bem pouco tempo começou a ser explorado em nosso País.
Cada vez maior é a implantação de pousadas. A indústria do turismo de pesca além de limpa e ecologicamente correta, é grande geradora de empregos e de distribuição de renda. Estima-se que no Brasil, o setor gere aproximadamente 90 mil empregos diretos, não havendo estimativa dos empregos indiretos.